22 de maio de 2025
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PROTEÇÃO ÀS CRIANÇAS

Documentário alerta sobre rede de pedofilia em Campo Grande e no mundo

Ação é parte de Campanha Maio Laranja

Lançado no domingo (18.mai.25), no Youtube, o vídeo documentário "A voz dos inocentes" reforça o alerta da Campanha Maio Laranja, em que destaca a existência de uma rede de pedofilia em Campo Grande (MS) e no mundo.

Além de denúncias, o doc traz relatos impactantes e informações de especialistas sobre violência física, psicológica e exploração sexual de crianças e adolescentes.

O trabalho, que integra a Campanha Nacional Maio Laranja, levanta uma pergunta perturbadora: "Você já pensou que o lugar onde seu filho deveria estar mais seguro pode ser justamente onde mora o perigo?"

O documentário expõe a dura realidade enfrentada por crianças e adolescentes que, ao invés de aprender e se desenvolver, encontram violência física, psicológica e até exploração sexual, inclusive para fins lucrativos como prostituição e compartilhamento de imagens.

Autoridades no assunto expõem a verdade sobre os abusos. Além das denúncias de pais, foram entrevistados a advogada Janice Andrade; a psicóloga Emília Luna; a médica pediatra, Amanda Coutinho; o Diretor-presidente da Agência Municipal de Tecnologia da Informação e Inovação (Agetec), Leandro Basmage; e a Coordenadora da UNCME (União Nacional dos Conselhos Municipais de Educação de MS), Alelis Gomes.

CASOS ECOAM PELO BRASIL

O Brasil teve 164.199 casos de violência sexual contra crianças e adolescentes até 19 anos, entre 2021 a 2023. O estudo foi divulgado, recentemente, pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) e pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP).

A análise faz parte da segunda edição do relatório Panorama da Violência Letal e Sexual contra Crianças e Adolescentes no Brasil e revelou ainda que, em 2023, ocorreu uma mídia de uma ocorrência a cada 8 minutos.

Relatos vindos de Campo Grande (MS) apontam para casos graves em uma escola, onde mães denunciam abusos sofridos por seus filhos. Em um dos depoimentos mais alarmantes, uma mãe que teve identidade preservada por medo de represálias, revelou que sua filha de apenas 4 anos foi vítima de exploração sexual e abusos sexuais. O mais revoltante é que o processo de investigação foi arquivado precocemente, ignorando acusações e desqualificando o depoimento da vítima e da própria mãe, que visualizam os sinais físicos do crime, além de especialistas, como psicóloga e pediatra que corroboram sua denúncia.

Infelizmente, o caso não é isolado. Mesmo diante das subnotificações, as estatísticas são alarmantes. Em São Paulo, outra mãe que também mantém a identidade em sigilo por conta das ameaças, compartilha essa dor, reforçando que os traumas emocionais se estendem por toda a família, deixando marcas profundas e, muitas vezes, irreparáveis.

PERIGO INVISÍVEL E UNIVERSAL

O vídeo documentário alerta que essa triste realidade não escolhe local nem classe social: tanto escolas públicas quanto particulares registram denúncias e há casos nos próprios lares, quando os familiares são quem são os abusadores.

Além disso, salienta a importância de estarmos atentos ao ambiente virtual, local onde o avanço das tecnologias e da inteligência artificial facilitam novos tipos de crimes, como os abusos.

Embora os processos judiciais encerrados em alguns casos não tenham levado ao desfecho esperado, o documentário enfatiza: as simples suspeitas já devem ser motivo suficiente para redobrarmos a atenção e agirmos em defesa das crianças e adolescentes. Além disso, é essencial que as autoridades competentes reforcem o sistema, investiguem com cautela e detenham os culpados.