Segundo relato publicado pela Ponte Jornalismo, a ação ocorreu por volta das 16h30, em frente a uma adega no bairro Piracicamirim, onde o jovem realizava um trabalho informal após sair de um turno em um restaurante.
De acordo com a família do adolescente, o agente da PM o teria confundido com outra pessoa, abordando-o de forma agressiva e sem qualquer solicitação de identificação. A vítima relatou ter sido chamada para fora do local onde trabalhava e questionada como se já tivesse um histórico com os policiais. O agente teria dito frases como "invadimos a sua casa semana ada", enquanto o jovem negava qualquer envolvimento.
Ainda conforme informações obtidas pela Ponte, o policial estava acompanhado de uma colega de farda no momento da ação. Após a ordem para sair do estabelecimento, o jovem foi puxado para um local menos visível e agredido com um soco, o que foi registrado por uma câmera de segurança. Em seguida, os policiais deixaram o local. A vítima, bastante abalada, desistiu de continuar o serviço naquele dia e voltou para casa chorando. Desde então, segundo a mãe, o adolescente tem demonstrado medo de sair de casa e até mesmo de frequentar a escola.
A família optou por não divulgar seus nomes por receio de represálias. Também segundo a mãe, o filho não possui antecedentes e busca manter uma vida honesta por meio de trabalhos informais nos fins de semana e nos períodos livres da escola. Ela teme que a abordagem violenta pudesse ter tido consequências ainda mais graves. “Se a pessoa com quem confundiram meu filho tivesse feito algo sério, ele poderia ter perdido a vida por um erro”, disse à Ponte.
O caso foi formalmente denunciado à Corregedoria da Polícia Militar e registrado em boletim de ocorrência. Até o momento da publicação, a Polícia Militar de Piracicaba, sob comando do tenente-coronel Marcelo Henrique de Lima, não havia se manifestado nem feito contato com a família.
A Ponte Jornalismo também informou que questionou a Secretaria da Segurança Pública do Estado de São Paulo sobre possíveis medidas adotadas, como a identificação dos policiais envolvidos, eventual afastamento e a abertura de investigação istrativa, mas não obteve resposta.