09 de junho de 2025
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DESVIO DE R$ 20 MILHÕES

Claudinho Serra ficará preso por 90 dias após nova fase da Tromper

Ele é apontado como líder da organização que fraudava licitações

O ex-vereador de Campo Grande e ex-secretário de Fazenda de Sidrolândia, Claudinho Serra (PSDB), permanecerá preso por pelo menos 90 dias, conforme decisão da Justiça durante audiência de custódia realizada na 6ª feira (6.jun.25).

A detenção decorre de mandado de prisão preventiva expedido pela Vara Criminal de Sidrolândia, no âmbito da 4ª fase da Operação Tromper, que investiga fraudes milionárias em contratos públicos.

Claudinho já havia sido preso em abril de 2024 durante a terceira fase da investigação e, à época, foi liberado com uso de tornozeleira eletrônica. Segundo o Ministério Público, mesmo sob medida cautelar, o grupo voltou a atuar, o que motivou a nova ordem de prisão.

Ele é apontado como líder da organização criminosa que atuava em esquemas de fraudes em licitações, corrupção, peculato e desvio de recursos públicos.

OPERAÇÃO TROMPER

Deflagrada na última 5ª feira (5.jun.25), a 4ª fase da Operação Tromper resultou no cumprimento de três mandados de prisão e 29 de busca e apreensão em Campo Grande e Sidrolândia. Além de Claudinho Serra, foram presos Carmo Name Júnior, apontado como operador político do esquema, e o empreiteiro Cleiton Nonato Correia, suspeito de envolvimento direto na execução de obras superfaturadas.

As investigações conduzidas pelo MPMS, com apoio do Gecoc (Grupo Especial de Combate à Corrupção) e do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado), revelam que a organização criminosa movimentou aproximadamente R$ 20 milhões em contratos públicos, principalmente no setor de obras e pavimentação.

A estrutura do grupo envolvia empresas de fachada, propostas artificiais em licitações e pagamento de propinas a servidores públicos.

De acordo com o Ministério Público, as empresas criadas ou utilizadas pela quadrilha não executavam os serviços contratados, mas ainda assim recebiam os pagamentos, que eram dissimulados por meio de contratos fictícios e lavagem de dinheiro. Parte dos valores era desviada para patrimônio pessoal dos envolvidos.