23 de maio de 2025
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ABATE CLANDESTINO

Carnes de bois doentes eram temperadas pra disfarçar gosto estragado em MS

Iagro e Polícia Civil desmontaram esquema de venda de carne clandestina

Uma operação da Polícia Civil revelou um esquema criminoso de venda de carne clandestina em Selvíria, onde animais doentes eram abatidos ilegalmente e a carne, muitas vezes imprópria para consumo, era temperada para mascarar o gosto deteriorado antes de chegar aos consumidores.

A ação foi realizada pela Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes Contra as Relações de Consumo (Decon), após denúncia encaminhada pelo setor de Repressão a Abates Clandestinos da Iagro (Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal). Durante a operação, foram presos dois homens, de 48 e 55 anos, e apreendidos 1.863 quilos de carne contaminada, sem qualquer condição sanitária.

Segundo a investigação, os abates ocorriam em meio à mata, sem higiene, com a carne exposta ao chão, insetos e mosquitos. Em seguida, era transportada em carrocerias sem refrigeração até um açougue da cidade, que também operava sem licenciamento sanitário e vendia os produtos já temperados. Tal estratégia era usada para disfarçar o odor e o sabor da carne estragada.

Um dos presos confessou que não era proprietário da fazenda, mas adquiria animais doentes ou de baixa qualidade para o abate e posterior venda clandestina em comércios da região. O dono da fazenda conseguiu fugir antes da chegada da polícia e será intimado a depor.

A Vigilância Sanitária e o Serviço de Inspeção Municipal de Selvíria foram acionados e constataram que o açougue não tinha as licenças exigidas por lei para comercializar produtos como linguiças artesanais e carnes fracionadas e temperadas.

O proprietário do açougue foi autuado por vender alimentos impróprios para consumo e sem autorização sanitária, crime que prevê pena de 1 a 5 anos de prisão. Em nota, a Decon alertou que carnes de abate clandestino geralmente provêm de animais sem vacinação ou controle sanitário, e podem transmitir doenças graves, com risco de morte para os consumidores.