O Partido Liberal (PL) exonerou, nesta terça-feira (20), Fabio Wajngarten, ex-secretário de Comunicação Social do governo Jair Bolsonaro e assessor próximo do ex-presidente. A decisão foi tomada após a divulgação de mensagens em que Wajngarten criticava a possibilidade de Michelle Bolsonaro ser lançada como candidata à Presidência da República em 2026.
A troca de mensagens, revelada pelo portal UOL na última sexta-feira (16), ocorreu em janeiro de 2023 entre Wajngarten e o tenente-coronel Mauro Cid, então ajudante de ordens de Bolsonaro. No diálogo, ambos expressam desaprovação à eventual candidatura da ex-primeira-dama, apontada como possível nome do PL para a sucessão do ex-presidente, atualmente inelegível.
Em uma das mensagens, Wajngarten compartilha com Cid uma notícia sobre o interesse do presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto, em lançar Michelle Bolsonaro ao Palácio do Planalto. Em resposta, Cid ironiza a possibilidade e afirma: “Prefiro o Lula”, seguido de uma risada. Wajngarten responde com uma crítica a Valdemar, questionando “em que mundo ele está vivendo?”.
Cid também compartilha um áudio em que afirma que uma eventual candidatura de Michelle a um cargo de alto escalão poderia ser prejudicada por sua personalidade e pelo uso de possíveis vulnerabilidades contra ela.
A exoneração de Wajngarten ocorre em meio a discussões internas no PL sobre o futuro político do partido e sobre a escolha de um nome para disputar a Presidência em 2026. Michelle Bolsonaro vem sendo considerada uma das principais opções, enquanto Jair Bolsonaro tem demonstrado resistência a apoiar o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), outro nome cogitado no grupo.
Segundo interlocutores, o ex-presidente tem expressado insatisfação com a postura de Tarcísio diante das dificuldades enfrentadas por seus aliados na Justiça, além de criticar a aproximação do governador com o Supremo Tribunal Federal (STF). Nesse cenário, Bolsonaro tem sinalizado preferência por manter a liderança política dentro do seu núcleo familiar, citando a ex-primeira-dama e o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que está atualmente licenciado do cargo e ou um período nos Estados Unidos.
Wajngarten não se manifestou publicamente sobre sua saída.