O Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS) denunciou o vereador Robert Gustavo Ziemann (PSDB), de Maracaju, por improbidade istrativa. A acusação é baseada em investigações da operação Dark Money, conduzida pelo Departamento de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado (Dracco), que apura desvios de cerca de R$ 23 milhões dos cofres do município. A denúncia tramita na 1ª Vara de Maracaju, sob responsabilidade do juiz Marco Antonio Montagnana Morais.
Segundo o MPMS, entre 2017 e 2020, o vereador, que ocupa atualmente o cargo de primeiro secretário do Legislativo local, teria se beneficiado de pagamentos mensais no valor de R$ 7.500, totalizando R$ 360 mil, desviados do erário municipal por meio de um esquema criminoso estruturado dentro da prefeitura.
O órgão afirma que os rees a Ziemann ocorreram 48 vezes, caracterizando enriquecimento ilícito. Em um dos pagamentos, foi utilizado um cheque emitido por uma empresa ligada a um dos integrantes da organização, a Pré-Moldados Maracaju.
"Para tanto, o requerido Robert Gustavo Ziemann recebia dos membros da Orcrim [Organização Criminosa] o pagamento mensal de R$ 7.500,00, os quais foram sendo paulatinamente incorporados ao seu patrimônio pessoal, totalizando a quantia de R$ 360.000,00", detalha o promotor de Justiça Daniel Pívaro Stadniky, da 1ª Promotoria de Maracaju, autor da ação.
A operação Dark Money, deflagrada em 2021, revelou a existência de uma organização criminosa integrada por ex-gestores, servidores e agentes políticos, entre eles o ex-prefeito Maurílio Ferreira Azambuja. O grupo é acusado de crimes como peculato, falsidade ideológica, lavagem de dinheiro e fraude a licitações.
"Além disso, apurou-se que a Orcrim praticou diversos crimes de fraude a licitações, dos quais foram praticados peculatos que possibilitavam existência de um fluxo de caixa mensal capaz de satisfazer a sanha ilícita de diversas pessoas, dentre as quais se destaca o requerido Robert Gustavo Ziemann", lê-se na ação.
De acordo com o relatório, Ziemann teria deixado de exercer sua função fiscalizadora como parlamentar e, em troca, recebido os valores para manter-se omisso diante das irregularidades praticadas pelos demais membros da organização. O MPMS pede que o vereador seja condenado pelas práticas de improbidade istrativa, com base na Lei nº 8.429/1992, incluindo a perda da função pública, suspensão dos direitos políticos e devolução dos valores ao erário.