Há pouco mais de um mês das eleições internas do Partido dos Trabalhadores (PT), o ex-ministro José Dirceu publicou neste sábado (24.mai.25) uma carta aberta à militância petista.
Na mensagem, Dirceu oficializa apoio à candidatura de Edinho Silva para a presidência do partido.
A eleição ocorrerá no dia 6 de julho, por meio do Processo de Eleições Diretas (PED).
Dirceu destaca a necessidade de unidade interna para o momento político atual. “O momento político exige de nós a luta pela unidade da CNB e do PT, na sua diversidade e no seu pluralismo, além da construção de uma maioria que vá além da CNB e assegure ao partido a governabilidade nos próximos quatro anos".
Ao justificar seu apoio, ele traça o perfil de Edinho Silva, ressaltando sua trajetória política. “O apoio à candidatura do companheiro Edinho Silva, de início dentro da CNB e agora no PED, baseia-se na legitimidade e na sua experiência como vereador, deputado estadual, presidente duas vezes do PT paulista, quatro vezes prefeito e ministro de Estado no Governo da presidenta Dilma".
Dirceu também menciona outros candidatos que disputam a presidência do PT. “Essa unidade se expressa na participação de todas as correntes e tendências políticas na direção nacional e em sua executiva, e no reconhecimento das candidaturas, todas representativas e legítimas: o companheiro Rui Falcão [...], Romênio Pereira [...], e, por fim, Valter Pomar [...]".
Em trecho mais crítico, o ex-ministro aborda os desafios enfrentados pelo partido nos últimos anos. “Temos a tarefa de praticamente reconstruir o PT depois de uma década de ataque frontal, de perseguição e mesmo tentativas de cassação de nosso registro, sem falar no golpe parlamentar-jurídico que sequestrou o mandato da nossa presidenta Dilma e da infame prisão do nosso companheiro Lula num processo ilegal, sumário e político, felizmente já anulado pelo Supremo Tribunal Federal".
Dirceu defende ainda a construção de uma frente mais ampla contra a extrema-direita e reformas estruturais no país. “A conjuntura e as condições que governamos exigem de nós a capacidade de fazer alianças mais amplas que a centro-esquerda, mas ao mesmo tempo criar as condições de mobilização popular, social e sindical para fazer avançar as reformas estruturais que o país reclama: a política, tributária e financeira";
O ex-ministro propõe também mudanças internas no PT. “Nosso PT se autorreforme para retomar a capacidade de mobilização, recriando nossas sedes, nos emponderando nas redes, expandindo a formação política via EAD, ampliando e refazendo nossas relações com os movimentos sociais e nossas campanhas nacionais".
No fechamento da carta, Dirceu convoca a militância à participação no processo eleitoral. “Convido filiados e filiadas do PT, nossa brava e guerreira militância, a participar do PED, na construção das chapas, no debate político e votando no próximo dia 6 de julho. Vamos dar uma demonstração da força de nossa democracia interna e de nossa capacidade de unir o PT na diversidade e na pluralidade, para reeleger nosso presidente Lula em 2026 e dar continuidade ao nosso projeto político em defesa do Brasil democrático e popular". Veja a carta na íntegra: