A Câmara Municipal de Campo Grande manteve a destinação de R$ 8,7 milhões a 345 entidades sociais, ao derrubar o veto total da prefeita Adriane Lopes.
O recurso será aplicado em instituições das áreas de saúde e assistência social que atendem públicos em situação de vulnerabilidade.
A decisão foi unânime entre os vereadores, que restabeleceram o Projeto de Lei 11.736/25, relacionado ao Fundo de Investimentos Sociais (FIS).
O presidente da Câmara, vereador Papy, afirmou que a Casa agiu em defesa do interesse público. “A Câmara demonstrou que tem um compromisso com o Terceiro Setor, que prioriza as pessoas e deixou claro que as instituições filantrópicas que atendem a população sem fins lucrativos, podem sempre contar com o apoio dessa Casa”, disse Papy. “Foi uma decisão política forte, responsável e muito bem embasada".
Segundo ele, a derrubada do veto não representa confronto com o Executivo, mas sim a garantia de continuidade a serviços essenciais prestados pelas entidades.
Papy também destacou que as emendas parlamentares são prerrogativas legais do Legislativo.
Cada vereador pode indicar R$ 300 mil, divididos igualmente entre instituições de saúde e assistência social.
Os recursos são oriundos da Lei Orçamentária Anual (LOA) e agora serão liberados com a promulgação da nova lei.
Entidades afetadas comemoraram a decisão, que garante a continuidade de atendimentos a milhares de pessoas.
Mirela Balatore, da Associação de Mulheres com Deficiência de MS, disse que sem a verba fecharia a entidade em novembro.
Meire Pasquini, da Associação de Amparo à Criança e ao Adolescente, destacou a importância da ajuda para manter 70 atendimentos regulares. “Essas emendas têm um valor fundamental — são elas que nos permitem manter nossas atividades funcionando”, afirmou Meire.
Mário de Freitas, do Fórum das Entidades de Assistência Social, considerou a decisão essencial para o setor.
O Executivo havia vetado o projeto alegando necessidade de manter o ajuste fiscal e seguir nova legislação estadual sobre rees.
Antes da votação, vereadores solicitaram informações técnicas e receberam dados do Governo do Estado confirmando a liberação dos recursos do FIS e ICMS.
Com base nessas informações, concluíram que o montante previsto permanece disponível ao Município.
Agora, a proposta será promulgada pelo presidente da Câmara e ará a valer como lei.