Com a deflagração da Operação Pantanal Terra Nullius pela Polícia Federal (PF), nesta 4ª-feira (8.mai.25), veículos tradicionais de imprensa tentaram relacionar os nomes dos dirigentes da Agência de Desenvolvimento Agrário e Extensão Rural (Agraer) como se fossem alvos da operação.
Em uma matéria, um dos veículos menciona que a Agência alvo da PF é chefiada por “nomes indicados pelo Partido dos Trabalhadores” e que eles tiveram a ‘confiança’ do ex-governador e deputado estadual Zeca do PT.
A afirmação, de acordo com um dos chefes da Agraer, é fake news. “Meu nome foi vinculado como investigado, o que é uma mentira. Dos quatro servidores investigados, nem eu, que sou diretor executivo, nem o diretor-presidente, Washington Willeman de Souza, somos alvos de investigação. Não somos investigados nesta, e nem em qualquer outra operação. As matérias veiculadas são capciosas, porque tentam relacionar membros do Partido dos Trabalhadores como se fossem alvos da operação. Os servidores investigados não são do PT”, disse Marcos Roberto Carvalho de Melo, conhecido como Betão, servidor de carreira da Agência.
Betão revelou que, inclusive, nesta manhã, ao chegarem na sede da Agraer na Capital, acompanharam a delegada Kelly Trindade nas buscas. “Chegamos hoje cedo aqui, e a Polícia Federal já estava aqui. Inclusive, eles nem nos procuraram, nós que fomos lá nos apresentar e acompanhamos eles nas buscas. Não temos outras informações, porque o processo está sob sigilo”, anotou Betão.
Para Betão, ao dar destaque ao seu nome e ao de Washington, os veículos de imprensa, mesmo sabendo que eles não são alvos, criam narrativas falsas. “É uma sacanagem o que fizeram conosco, de veicular o nome do partido, o nosso nome, como se estivéssemos envolvidos de alguma forma com as denúncias. Na Agraer, estamos à disposição da justiça para qualquer esclarecimento. A PF acusa servidores que não têm nenhuma relação com o PT”.
O servidor de carreira disse que irá adotar providências contra as mentiras veiculadas. “É um flagrante ataque à nossa imagem e nós tomaremos as providências judiciais”, completou.
PARTIDO DOS TRABALHADORES
Em nota, o Partido dos Trabalhadores (PT), que alguns veículos de imprensa reportaram a situação de “maneira capciosa”, afirmou o envolvimento de dirigentes da AGRAER a qual tem na direção dois quadros filiados ao PT: o Sr. Washington Willeman de Souza (Diretor Presidente) e o Sr. Marcos Roberto Carvalho de Melo – Betão (Diretor Executivo).
O partido explicou, em tópicos: “ 1 - No mandado de busca e apreensão expedido, não consta o nome de nenhum dos dirigentes da instituição citados em matéria da imprensa, pelo fato de não serem alvos desta operação. 2 - O mandado de busca e apreensão foi executado nas dependências do órgão com acompanhamento e total cooperação por parte dos dirigentes. 3 - Quatro servidores da Agraer, sem nenhuma relação com o partido, estão na lista de investigados".
A Executiva Estadual do PT ainda apontou: “Restabelecer a verdade e combater as Fake News são premissas de nosso partido, fortalecer a democracia e a liberdade da imprensa. As devidas providências legais serão tomadas, pois a exposição de nossos quadros não ará impune para aqueles que preferem as mentiras e mancham a honra das pessoas sem o menor pudor”.
OS ALVOS DA PF
Os nomes dos quatro servidores não foram divulgados, mas a PF disse que eles “falsificavam documentos e os inseriam em processos istrativos de titulação para obterem áreas situadas dentro do Parque Estadual do Pantanal do Rio Negro, localizado nos municípios de Aquidauana e Corumbá”.
Em nota, a PF disse que foram cumpridos 11 mandados de busca e apreensão em Campo Grande e Rio Brilhante/MS, além do sequestro de bens e bloqueio de valores de mais de R$ 3 milhões. “Os envolvidos poderão responder pelos crimes de associação criminosa, usurpação de bens da União, falsidade ideológica, inserção de dados falsos em sistema público e infrações ambientais”. A íntegra.