O Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS) recomendou que órgãos públicos estaduais e municipais suspendam imediatamente qualquer ree de recursos à Federação de Futebol de Mato Grosso do Sul (FFMS), enquanto não houver o ressarcimento integral de R$ 117.711,29 aos cofres públicos.
A medida foi tomada pela 49ª Promotoria de Justiça de Campo Grande com base em irregularidades identificadas na prestação de contas do Convênio nº 25.536/2016.
A investigação apontou falhas graves no uso de recursos públicos firmados anteriormente com a então Liga de Futebol Profissional de Mato Grosso do Sul. Diante disso, a Promotoria notificou oficialmente a Prefeitura de Campo Grande, a Câmara Municipal, o Governo do Estado e a Assembleia Legislativa.
Todos os órgãos têm o prazo de 10 dias para informar se mantêm convênios vigentes com a FFMS. A própria federação também foi notificada diretamente.
Segundo o MPMS, a medida tem como objetivo assegurar a integridade do erário e garantir que entidades esportivas cumpram rigorosamente a legislação ao utilizar verbas públicas. A recomendação visa coibir o uso irregular de recursos e reforçar o compromisso com a transparência e o interesse coletivo.
A atuação do Ministério Público ocorre em meio à recente eleição de Estevão Petrallás como novo presidente da FFMS. Nomeado pela CBF (Confederação Brasileira de Futebol), Petrallás foi eleito em abril com 48 votos de clubes e ligas esportivas, assumindo o cargo até 2027. O novo dirigente recebe salário mensal de R$ 215 mil, pagos pela entidade máxima do futebol nacional.
A mudança no comando da federação marca o fim da gestão de Francisco Cesário de Oliveira, que esteve à frente da FFMS por 28 anos. Ele foi afastado após a Operação Cartão Vermelho, deflagrada pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado), que investiga o desvio de R$ 10 milhões da entidade.