22 de maio de 2025
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NOVO PAPA

Leão 14 inicia oficialmente o pontificado em missa histórica na praça São Pedro

Cerimônia reuniu 250 mil fiéis e líderes mundiais, marcando desafios e expectativas

Leão 14 celebrou neste domingo (18), na praça São Pedro, a missa que marcou oficialmente o início do seu papado. Cerca de 250 mil fiéis participaram da cerimônia, que contou com delegações de 144 países e diversas organizações internacionais.

A magnitude do evento se assemelhou ao funeral de Francisco, seu antecessor, que deixou para o novo pontífice uma série de desafios na condução da Igreja Católica.

Representantes dos países das nacionalidades do papa — Estados Unidos e Peru — tiveram posição de destaque na missa. A presidente do Peru, Dina Boluarte, esteve presente, assim como o vice-presidente dos EUA, J. D. Vance, e o secretário de Estado, Marco Rubio.

A comitiva americana causou impacto no trânsito de Roma, com um esquema de segurança reforçado para o comboio de 15 veículos. Especulações sobre reunião bilateral entre Leão 14 e Vance não foram confirmadas até a cerimônia.

O presidente da Ucrânia, Volodimir Zelenski, também participou da missa, repetindo a presença no funeral de Francisco. O Brasil foi representado pelo vice-presidente Geraldo Alckmin.

Um dos momentos mais aguardados foi a homilia de Leão 14, que indicou possíveis caminhos para enfrentar os desafios herdados pelo novo pontífice.

A Igreja Católica enfrenta mudanças no número de fiéis, com crescimento significativo na África, mas queda na Europa. Na Alemanha, 320 mil pessoas deixaram a Igreja em 2024, um sinal da crise europeia.

Além disso, o número de sacerdotes, seminaristas e religiosas continua em queda, especialmente nas Américas e Europa, o que preocupa a liderança da Igreja.

Leão 14 terá o desafio de unir alas divergentes do clero, que criticaram o papado de Francisco por decisões controversas e seu estilo de governança. Nos EUA, conservadores temem um possível cisma.

Como papa americano, ele também precisará esfriar as tensões entre o Vaticano e o governo Trump, especialmente após críticas feitas tanto por Francisco quanto por ele próprio antes de ser papa.

A diplomacia da paz será prioridade, mas o pontífice terá que ajustar sua postura diante de conflitos como o da Ucrânia e Gaza, temas delicados no pontificado anterior.

As relações com a China, fortalecidas pelo acordo sobre a nomeação de bispos, seguem sendo alvo de críticas internas devido ao poder concedido ao regime comunista.

Financeiramente, o Vaticano enfrenta déficits importantes, com rombos nas contas e na previdência. Leão 14 herdou o desafio de continuar as reformas istrativas iniciadas por Francisco.

Progressistas na Igreja acompanham atentos os primeiros os do papa em temas como comunhão de divorciados, bênção a casais homossexuais e maior participação feminina no Vaticano.

A pressão para combater abusos sexuais no clero permanece intensa, especialmente entre católicos dos EUA, que exigem políticas eficazes e mecanismos de denúncia.

Leão 14 assume o pontificado em um momento complexo, marcado por desafios internos e externos. Sua missa de inauguração serviu como um marco para o início de seu caminho à frente da Igreja Católica.